Odin
Odin, o Deus dos Deuses na mitologia nórdica: filho do Deus Borr e da Giganta / Jotun Bestla, Odin é irmão de Vili e Ve.
Os irmãos se uniram e mataram o gigante Ymir (seu nome significa “Gritador”), o primeiro dentre todos os seres a surgir.
Do sangue primordial de Ymir, os Deuses irmãos fizeram os oceanos. A pele e os músculos do gigante descomunal viraram o solo. Os cabelos transformaram-se na abundante vegetação. Seu cérebro foi transformado nas nuvens. Seu crânio serviu para que fosse criado o céu.
Assim, Midgard estava criada. Para habitar sua recente criação, Odin, Vili e Ve decidiram utilizar dois troncos de árvores que possuíam formas masculina e feminina, porém estavam sem vida.
Os 3 Deuses irmãos agiram novamente: Odin (seu nome significa “Mestre do Êxtase”, “Inspiração, Fúria”), Vili (seu nome significa “Vontade” / “Intenção Consciente”) e Ve (“Santuário” / “Sagrado” / “Templo”) respectivamente presentearam os pedaços de tronco com: o sopro da vida; a razão; e o semblante junto com a aparência, as expressões faciais, a fala, a audição e a visão. Estavam criados os primeiros humanos, Embla (mulher) e Ask (homem).
Odin (“Mestre do Êxtase”, pronuncia-se “OH-din” com origem em nórdico antigo ‘Óðinn’. Do inglês antigo e saxão antigo ‘Woden’. Do velho alto alemão ‘Wuotan’, ‘Wotan’ ou ‘Wodan’).
Vili (“Vontade” / “Intenção Consciente”, pronuncia-se “VILL-ee”).
Ve (“Santuário” / “Sagrado” / “Templo”, pronuncia-se “VAY”.
Odin está relacionado à: guerra, magia, poesia, soberania, sabedoria, xamanismo e os mortos. Seu salão Valhalla recebe metade dos guerreiros mortos escolhidos pelas Valquírias (a Deusa Freya recebe a outra metade escolhida).
Linhagem
Com a Deusa Frigg, Odin é pai dos Deuses Baldur, o Deus Brilhante (ou Baldr / Balder) e de Hodr (o Deus cego que foi induzido por Loki a matar Baldur).
Odin e a Giganta Rindr geraram o Deus Vali, que matou Hodr como vingança pela morte de Baldur. Com a Giganta e Deusa Jord, Odin é pai de Thor. Os Deuses Vidar e Heimdall também são filhos do Pai de Todos (nome dado em razão de Odin e seus irmãos Vili e Ve terem criado Midgard e os seres humanos). Odin é irmão de Loki a partir de um juramento de sangue feito por eles no início dos tempos.
A influência da mitologia nórdica é tão forte nos dias de hoje que há, em inglês, dias da semana dedicados a divindades. “Wednesday” (quarta-feira) vem de “Woden’s Day” (Woden é o nome de Odin em Saxão Antigo).
Runas
Em sua busca por sabedoria, Odin (em um ato de autossacrifício) se pendurou na Árvore dos Mundos, Yggdrasil, por 9 dias e 9 noites e se perfurou com sua lança, Gungnir.
Ao fim, ele descobriu a sabedoria revelada nas runas (legado que está disponível para ser acessado).
Em outro momento que buscava sabedoria, Odin pediu ao gigante Mimir por um gole do seu poço, que fica em uma das raízes da Yggdrasil.
Mimir respondeu que o preço pela sabedoria seria um dos olhos do Deus. Odin concordou, arrancou um de seus olhos e obteve mais sabedoria por meio do poço da Árvore dos Mundos.
Após o gole, Odin continua a consultar Mimir quando necessita de (mais) sabedoria.
O Hávamál
O Hávamál (Palavras do Altíssimo) é o segundo poema da Edda Poética, seus versos são atribuídos a Odin.
O Hávamál origina-se na antiga tradição oral que foi transcrita no início do século 10 d.c. O Hávamál traz conselhos sábios, narra a magia das runas e o sacrifício de Odin na árvore Yggdrasill.
nota pessoal: o Hávamál e os demais textos antigos podem ser vistos mais como guias do que como um “livro de regras”. Pode-se refletir sobre o sentido das palavras e ouvir o que deve ser dito.
Odin, animais e xamanismo
O poema O Grímnismál, na estrofe 20, traz palavras de Odin que demonstram por que o Pai de Todos é conhecido como andarilho.
“Huginn e Muninn
voam acima da terra todo dia.
Eu temo que Huginn possa não voltar,
embora Eu tema mais por Muninn”.
Entre os muitos atributos de Odin, sabe-se que ele é um xamã. Esse xamanismo, no livro “Myth and Religion of the North: The Religion of Ancient Scandinavia”, é associado diretamente a Hugin e Munin como formas que Odin envia de si para viajar. Segundo o mesmo livro, era comum xamãs e feiticeiras(os) nórdicas enviarem, durante suas práticas, partes espirituais de si para realizarem tarefas.
Dessa maneira, é até natural ao governante de Asgard praticar esse xamanismo: O andarilho que busca informações. O Mestre do Êxtase (tradução do nome de Odin e que abrange a guerra, soberania, sabedoria, magia, xamanismo, poesia e os mortos) em busca de conhecimento.
Essas jornadas xamânicas, o mesmo livro diz, trariam riscos até mesmo para ele. Isso explicaria a parte final da estrofe
“Eu temo que Huginn possa não voltar,
embora Eu tema mais por Muninn”
Essa interpretação merece uma distinção importante: enquanto que as religiões monoteístas veem o conceito de divindade como “o todo poderoso, o onipotente, onipresente…”, nas religiões politeístas isso não acontece.
Vale lembrar que Odin sacrificou um olho por um gole no poço de Mimir, que se ofereceu como autossacrifício na Yggdrasil em busca de conhecimento e descobriu a sabedoria revelada nas Runas.
Segundo o livro Shamanism: Archaic Techniques of Ecstasy, Sleipnir representa o “típico xamanismo do norte da Eurásia”. Nas fontes da mitologia nórdica, Sleipnir leva Odin aos 9 mundos da Yggdrasil.
Quando Baldur (“Balder”) começou a ter sonhos antecipando sua morte, Odin montou em Sleipnir e foi até Hel para consultar uma vidente a fim de descobrir o que esses sonhos realmente significavam. Mais tarde, já após a morte do Deus brilhante, Hermod montou no magnífico cavalo de 8 patas, foi até Hel e pediu à Senhora do Submundo a libertação de Baldur.
Além de Sleipnir e dos corvos Hugin e Munin, outros animais de Odin são os lobos Geri e Freki.
Religiosidade
A religiosidade dos nórdicos é marcada pela pluralidade, mesmo dentro de um único panteão os ritos podiam variar bastante dentro das tribos (característica que permanece atualmente, obviamente trocando-se as tribos do passado pelos kindreds atuais). Pais e mães comandavam os ritos dentro da família. Já as cerimônias públicas eram tarefa do jarl (“conde”, em tradução literal). Importante chamar atenção para a relação direta entre esses povos e as divindades. Mesmo a figura dos sacerdotes, dentro do paganismo nórdico, não possui o mesmo papel das religiões abraâmicas. Isso significa que as divindades podem comunicar-se diretamente com as pagãs e pagãos, o que pode ser buscado.
Vikings
Vikings, antes do início da chamada “era cristã”, têm origem nos pagãos germânicos que viveram na região onde hoje é a Alemanha, Inglaterra anglo-saxã, Noruega, Dinamarca, Suécia, Frísia (condado ao norte da Holanda), e Islândia (posteriormente). A figura dos Vikings refere-se aos navegantes invasores que também eram conquistadores, exploradores, comerciantes e colonos, tendo vivido no território onde hoje é a Noruega, Dinamarca, Suécia e Islândia. A chamada Era Viking compreende o período de tempo entre, aproximadamente, 793 d.c. e 1066 d.c.
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