Quem Eu Sou : as 4 Partes do Eu Para os Nórdicos

Quem Eu Sou : as 4 Partes do Eu Para os Nórdicos

Quem eu sou ? Essa é uma pergunta que boa parte das pessoas se faz ao menos 1 vez na vida – isso para ser bem cauteloso, pois é provável que esse número seja bem maior. Assim, a busca por conhecer a si mesmo também fez parte dos nórdicos, um dos povos que marcou a história da humanidade em virtude da religiosidade, das navegações e do modo de vida dos vikings.

Por isso, é preciso entender que a própria palavra nórdica “alma” só surgiu depois que os nórdicos foram convertidos ao cristianismo. Na visão nórdica, o Eu é composto por 4 partes. Hamr (“forma / configuração / aparência”), Hugr (“Pensamento”), Fylgja (“seguidor”) e Hamingja (“sorte”). Dessa maneira, cada uma dessas partes tem, na visão nórdica, relativo grau de autonomia e pode se sobrepor umas às outras. Para isso, vamos conhecer um pouco mais sobre cada uma delas abaixo.

Quem eu sou : o Hamr

Hamr pronuncia-se como a palavra inglesa “hammer”. Ela representa a forma ou a aparência percebida por terceiros por meio dos sentidos. Mas essa definição pode dar a entender que tal forma seria fixa, imutável. Para a visão de mundo nórdica, porém, o hamr tem relação com a metamorfose. Dessa maneira, existe até uma palavra para definir essa capacidade: Hamramr, que significa “de forte Hamr” em tradução literal.

O Hugr

“Pensamento” ou “mente” representam o Hugr, que tem a ver com o modo de ser – a personalidade – e o processo de aquisição de conhecimento. É a mente consciente aprendendo. A ação do Hugr geralmente permanece com a respectiva pessoa, a “dona”. Às vezes seu alcance pode ser sentido em pessoas geograficamente distantes, somente pelo simples pensar. É o caso das pessoas com fortes Hugr. Portanto, no caso de tais pessoas, é saudável que elas busquem autocontrole.

Fylgja

A fim de responder à pergunta Quem Eu Sou dentro da visão de mundo nórdica, o Fylgja (pronuncia-se “Filg-ya”) representa a forma animal que acompanha as pessoas. O bem-estar do Fylgja e do humano estão ligados. Ou seja, a morte de um teria como consequência a morte do outro.

As características do animal também têm a ver com a da pessoa. “Fylgja” corresponde a “seguidor” no aspecto de acompanhar, mas não necessariamente em segundo plano. O Fylgja pode aparecer nos sonhos um dia antes de duas pessoas se encontrarem, como uma mensagem ou aviso que pode ser interpretado de maneira simbólica, sutil.

Além disso, o Fylgja pode chegar no destino antes do seu dono (nota pessoal: nesse sentido, é importante prestar atenção ao que seu “espírito animal” diz). Uma pessoa pode ter mais de um Fylgja, nesse caso ela está acompanhada de Fylgjur (pronuncia-se “Filg-yur”), o plural de Fylgja. Vale a pena informar que, em islandês, Fylgjur significa “placenta”. Infelizmente, não há mais detalhes sobre a conexão com essa palavra. Outra curiosidade é que pode existir Fylgja humano.

Quem eu sou : Hamingja

Hamingja significa sorte, mas a sorte na visão nórdica antiga é diferente da visão atual. Tem a ver com: linhagem, força, personalidade, inteligência (ou habilidade com armas). Por isso tudo, para os nórdicos, a sorte origina o sucesso, riqueza e poder de uma família.

Um aspecto importante para saber é que a Hamingja tem vontade própria e pode se transferir de um ente para outro da família, após a morte ou nascimento de um familiar. Ou seja, no caso de nascimento, ocorre quando a criança recebe o nome de seu dono original e também mesmo sem haver essa ligação de nomes. Outro momento em que um Hamingja pode ser útil é a fim de acompanhar pessoas que têm missões desafiadoras em vida.

Religiosidade

A religiosidade dos nórdicos é marcada pela pluralidade, mesmo dentro de um único panteão os ritos podiam variar bastante dentro das tribos (característica que permanece atualmente, obviamente trocando-se as tribos do passado pelos kindreds atuais). Pais e mães comandavam os ritos dentro da família. Já as cerimônias públicas eram tarefa do jarl (“conde”, em tradução literal). Importante chamar atenção para a relação direta entre esses povos e as divindades. Mesmo a figura dos sacerdotes, dentro do paganismo nórdico, não possui o mesmo papel das religiões abraâmicas. Isso significa que as divindades podem comunicar-se diretamente com as pagãs e pagãos. Portanto, isso pode ser buscado.

Vikings

Vikings, antes do início da “era cristã”, têm origem nos pagãos germânicos que viveram na região onde hoje é a Alemanha, Inglaterra anglo-saxã, Noruega, Dinamarca, Suécia, Frísia (condado ao norte da Holanda), e Islândia (posteriormente). Dessa maneira, a figura dos Vikings refere-se aos navegantes invasores que também eram conquistadores, exploradores, comerciantes e colonos, tendo vivido no território onde hoje é a Noruega, Dinamarca, Suécia e Islândia. Portanto, a chamada Era Viking compreende o período de tempo entre, aproximadamente, 793 d.c. e 1066 d.c.