Fenrir
Fenrir, “aquele que habita nos pântanos”: Fenrir é o filho do Deus Loki e da giganta / jotun Angrboda, sendo (por esta união) irmão da serpente Jormungand e da Senhora do Submundo, Hel / Hela.
Por meio de Loki isoladamente, Fenrir é irmão de Sleipnir (o magnífico cavalo de 8 patas dado por Loki a Odin, o melhor de todos os cavalos) e também de Narfi (ou Nari) e Vali (não o Vali que é Deus e filho de Odin). Uma descendência respeitável.
A importância de Fenrir para os escandinavos pré-cristãos é demonstrada por ele ser retratado em numerosas pedras rúnicas sobreviventes, sem mencionar sua onipresença em fontes literárias nórdicas antigas.
Um dos contos mais famosos envolvendo Fenrir é o de quando os Deuses decidiram prendê-lo. Conta o mito que Fenrir crescia assustadoramente, ficando cada vez maior. Então os Deuses tentaram, por duas vezes, prender o filho de Loki e Angrboda, dizendo que tratava-se de um jogo para testar sua força. E nas duas vezes Fenrir se soltou com facilidade.
Então os Deuses recorreram aos anões para que estes fabricassem as correntes que, depois de duas tentativas fracassadas, finalmente conseguiriam prender Fenrir.
Os anões usaram seis itens míticos: o som do passo de um gato; as raízes de uma montanha; os tendões de um urso; a barba de uma mulher; a respiração de um peixe e o cuspe de um pássaro.
Assim, Fenrir foi desafiado a tentar se libertar pela 3ª vez. Porém ele desconfiou e pediu uma garantia: um dos Deuses deveria pôr a mão na sua boca.
Tyr foi o único a aceitar. Quando Fenrir percebeu que não conseguiria se libertar, o lobo-monstro enfurecido arrancou a mão do Deus.
Há quem afirme que os lobos Sköll (“Zombaria”) e “Moon-garm” (Mánagarmr) / Hati (“Ódio”), que respectivamente perseguem as forças divinas do sol, Sol / Sunna, e da lua, Máni, são outros nomes de Fenrir. Algumas interpretações pessoais dos textos antigos podem dar a entender que Fenrir seria o pai de Sköll e Hati. Porém os mesmos textos antigos têm informações contraditórias, de maneira que, infelizmente por registros, não é possível fazer tal afirmação sem haver contradição.
No poema Vafþrúðnismál (Os Dizeres de Vafþrúðnir), Odin pergunta a Vafþrúðnir:
“Como virá a Sól para suavizar o céu uma vez que foi morta por Fenrir*?” [no poema, consta como Fenrir a devorar a Sól, mas Sköll é dito devorar a Sól na Edda em prosa.]
Vafþrúðnir responde:
“Alfröðull*¹ dará à luz a uma filha
antes dela ser morta por Fenrir.
Quando os Regin*² morrerem, essa donzela cavalgará
o caminho de sua mãe*³”
[*¹ = Alfröðull é outro nome da Sol. / *² = Regin = Deuses. / *³ = Ela fará o mesmo curso que sua mãe fazia]
Ragnarok
Conta-se que, no Ragnarok, Odin encontra seu fim por meio de Fenrir. E Vidar, o filho de Odin, vinga seu pai.
Religiosidade
A religiosidade dos nórdicos é marcada pela pluralidade, mesmo dentro de um único panteão os ritos podiam variar bastante dentro das tribos (característica que permanece atualmente, obviamente trocando-se as tribos do passado pelos kindreds atuais). Pais e mães comandavam os ritos dentro da família. Já as cerimônias públicas eram tarefa do jarl (“conde”, em tradução literal). Importante chamar atenção para a relação direta entre esses povos e as divindades. Mesmo a figura dos sacerdotes, dentro do paganismo nórdico, não possui o mesmo papel das religiões abraâmicas. Isso significa que as divindades podem comunicar-se diretamente com as pagãs e pagãos, o que pode ser buscado.
Vikings
Vikings, antes do início da chamada era cristã, têm origem nos pagãos germânicos que viveram na região onde hoje é a Alemanha, Inglaterra anglo-saxã, Noruega, Dinamarca, Suécia, Frísia (condado ao norte da Holanda), e Islândia (posteriormente). A figura dos Vikings refere-se aos navegantes invasores que também eram conquistadores, exploradores, comerciantes e colonos, tendo vivido no território onde hoje é a Noruega, Dinamarca, Suécia e Islândia. A chamada Era Viking compreende o período de tempo entre, aproximadamente, 793 da Era Comum [EC] e 1066 EC.
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