Dagda, o Bom Deus
Dagda é um antigo Deus irlandês mestre da magia, música, poesia, artes, profecia, protetor das colheitas, guerreiro e rei sábio. Dagda também é um Deus benevolente, Deus da abundância e fecundidade.
O Dagda é a força da fertilidade impossível de ser evitado. Da mesma maneira de quando o inverno se vai e vem a força da primavera para renovar a natureza e aqueles(as) que recebem o amor dos Deuses.
Chamado de O Bom Deus, Dagda possui um caldeirão mágico que nunca fica vazio, um enorme bastão (ou clava) inconfundível, a harpa Uaithne que só obedece ao Deus, porcos mágicos que podem ser comidos e revividos e um pomar também sempre cheio de frutas.
Outros nomes demonstram o aspecto benevolente de Dagda, como “Eochaid Ollathair” e “Ruad Rofhessa” (que significam “pai de todos” e “senhor de grande conhecimento”, respectivamente).
Como Deus da fertilidade, conta-se que seu apetite é voraz. Dagda encontrou a Deusa Morrighan enquanto a Rainha Fantasma lavava as roupas daqueles que viriam a morrer no dia seguinte durante a Segunda Batalha de Moytura / Mag Tuired. O encontro amoroso trouxe a vitória dos Tuatha Dé Danann sobre seus inimigos, os fomorianos.
Também na 2ª Batalha de Moytura / Mag Tuired, Dagda tem participação importante para os Tuatha de Danann derrotarem os fomorianos. O “Cath Maige Tuired” (texto que retrata o ciclo mitológico da Irlanda) retrata esses momentos.
“75. No dia seguinte, ele [Lugh ou Nuada, não está claro no texto original] e os dois irmãos, Dagda e Ogma, conversaram sobre Grellach Dollaid; e seus dois parentes Goibniu e Dian Cecht foram convocados.
76. Eles passaram um ano inteiro naquela conferência secreta, de modo que Grellach Dollaid é chamado de Amrun dos Homens da Deusa.
83. Então, após a preparação para a batalha ter sido resolvida, Lug e o Dagda e Ogma foram aos três deuses de Danu, e eles deram equipamento a Lug para a batalha; e por sete anos eles haviam se preparado para eles e feito suas armas.
Então ela disse a ele: “Faça uma batalha de derrubada. [derrotar os fomorianos]” A Morrigan disse a Lug,
“Acordado. . . .”
Mais à frente no mesmo texto (“Cath Maige Tuired”), é dito:
“163. Então Lug e o Dagda e Ogma foram atrás do Fomoire, porque eles haviam levado o harpista do Dagda, Uaithne. Por fim, eles chegaram ao salão de banquetes onde Bres mac Elathan e Elatha mac Delbaith estavam. Havia a harpa na parede. Essa é a harpa na qual o Dagda havia amarrado as melodias para que elas não fizessem nenhum som até que ele as convocasse, dizendo:
“Venha Daur Da Blao,
Venha Coir Cetharchair,
Venha verão, venha inverno,
Bocas de harpas, bolsas e flautas! ”
Então a harpa saiu da parede, matou nove homens e chegou ao Dagda. O Bom Deus tocou para os fomorianos as três coisas pelas quais um harpista é conhecido: música do sono, música alegre, e música triste. Com efeito imediato sobre os fomorianos, Ogma, Dagda e Lugh escaparam ilesos.
Ao término da 2ª Batalha de Mag Tuired, a Deusa Badb (pronuncia-se “Baibe” em irlandês) faz uma profecia sombria.
Em fontes diferentes, Ogma ora é dito como filho de Dagda, ora como seu irmão. Infelizmente esse conflito de informações acontece na mitologia celta, mas por outro lado traz a possibilidade de que busque-se resgatar o que foi perdido, esclarecendo essas dúvidas.
Dagda também encontrou a Deusa Boann, tendo seduzido-a. O encontro foi especial, pois Dagda fez o sol ficar parado por nove meses, para que Bóand pudesse dar à luz seu filho, Aonghus Óg, sem Nechtan (marido de Boann) saber que mais de um dia havia passado. Em algumas versões da história, Bóand recebe o nome de Eithne.
O Bom Deus também é pai de Brigit (Deusa tríplice ligada à fertilidade, arte, poesia, lar, cura e fogo, além de guerreira e protetora dos antigos guerreiros Fianna) e de mais filhos também.
Fontes: https://sacred-texts.com/neu/cmt/cmteng.htm ; The Encyclopedia of Celtic Mythology and Folklore;
Celtas
O termo “Celtas” não era usado por esse povo (surgido, aproximadamente, por volta do ano 1.200 Antes da Era Comum [AEC]) para designar a si mesmo. Pelo contrário, autores gregos e romanos usaram esse termo para designar os habitantes que possuíram domínio da Europa Continental durante a Idade do Ferro (de 1.200 a 1.000 AEC).
Os Celtas e os Druidas compartilhavam de respeito e veneração para com a natureza. Em geral, existe a ideia comum de que os Celtas possuíam uma inclinação mística congênita. Nos tempos atuais, quem se sente atraído pela cultura celta logo percebe que vê as coisas de maneiras que outras pessoas não podem.
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