Laufey e Farbauti, os progenitores de Loki

Laufey e Farbauti, os progenitores de Loki

maio 8, 2021 0 Por Pagan

Laufey é a mãe e Farbauti é o pai de Loki. Apesar de, recentemente na cultura pop (quadrinhos e filmes), esses papéis aparecerem em posições trocadas, as fontes originais mostram Laufey como mãe e Farbauti como pai de Loki e isso deve ser respeitado.

Nal / Laufey. Fonte: https://www.deviantart.com/savu0211/art/Nal-Laufey-429989474
Nal / Laufey. Fonte: https://www.deviantart.com/savu0211/art/Nal-Laufey-429989474

Laufey também é chamada de Nal (Nál). Nos textos antigos, não fica claro se ela é uma Jotun (Giganta) ou uma Deusa. O significado do nome “Laufey” é desconhecido mas “Nal (Nál)” significa “agulha”. Já Farbauti é um Jotun e seu nome significa “atacante cruel”.

Pela união de Laufey e Farbauti, Loki tem como irmãos Byleist e Helblindi. Toda essa ligação é atestada em textos antigos, como no Skáldskaparmál (a 2ª parte da Edda em Prosa), onde Fárbauti é mencionado entre os kennings em referência ao seu filho Loki [um kenning é uma figura de estilo na qual uma palavra é substituída por uma expressão mais longa e com o mesmo significado].

“Como deve ser feita referência a Loki? Chamando-lhe filho de Farbauti e Laufey, de Nal, irmão de Byleist e Helblindi”

Skáldskaparmál

Conhecer e respeitar as fontes originais de informação é importante para ter um panorama melhor. Uma interpretação pessoal, minha, sobre os progenitores de Loki, é que essa união de Laufey e Farbauti gerou um ser tão poderoso, tão astuto, que Odin escolheu ser irmão de Loki através de um juramento de sangue que eles fizeram no início dos tempos.

Laufey / Nal (Nál)
Laufey / Nal (Nál)

Essa perspectiva é interessante para nos fazer refletir além do maniqueísmo no qual vive a sociedade cristã em que crescemos. Para ver melhor sob um prisma de nuances, pois as Divindades veem as coisas diferente de nós, lembremos disso.

Imagem de abertura: Farbauti e Laufey. Fonte: https://www.deviantart.com/hellanim/art/Farbauti-and-Laufey-318064747

Religiosidade

A religiosidade dos nórdicos é marcada pela pluralidade, mesmo dentro de um único panteão os ritos podiam variar bastante dentro das tribos (característica que permanece atualmente, obviamente trocando-se as tribos do passado pelos kindreds atuais). Pais e mães comandavam os ritos dentro da família. Já as cerimônias públicas eram tarefa do jarl (“conde”, em tradução literal). Importante chamar atenção para a relação direta entre esses povos e as divindades. Mesmo a figura dos sacerdotes, dentro do paganismo nórdico, não possui o mesmo papel das religiões abraâmicas. Isso significa que as divindades podem comunicar-se diretamente com as pagãs e pagãos, o que pode ser buscado.

Vikings

Vikings, antes do início da chamada “era cristã”, têm origem nos pagãos germânicos que viveram na região onde hoje é a Alemanha, Inglaterra anglo-saxã, Noruega, Dinamarca, Suécia, Frísia (condado ao norte da Holanda), e Islândia (posteriormente). A figura dos Vikings refere-se aos navegantes invasores que também eram conquistadores, exploradores, comerciantes e colonos, tendo vivido no território onde hoje é a Noruega, Dinamarca, Suécia e Islândia. A chamada Era Viking compreende o período de tempo entre, aproximadamente, 793 da Era Comum (EC) e 1066 EC.