O freixo, árvore mágica nas tradições celta e nórdica

O freixo, árvore mágica nas tradições celta e nórdica

junho 19, 2021 0 Por Pagan

Entre os Celtas, o Freixo é uma das árvores sagradas que compõem o alfabeto Ogham (criado pelo Deus da eloquência e guerreiro, Ogma, ou pela Deusa tríplice e da poesia, Brigit). Os celtas também acreditavam que esta árvore é uma excelente fonte de cura de doenças e de proteção.

Ogma
Deus Ogma
Deusa Brigid (Brigit / Brighid / Brig)
Deusa Brigid (Brigit / Brighid / Brig) Crédito: brighid mollybrewer_by_pernastudios-dcfowts

Os Celtas viam que as árvores ocupam diferentes níveis de realidade, sendo muito mais que a visão material de madeira e folhas. Conscientes da importância do Freixo, do Salgueiro e de outras árvores, os Brehon (druídas juízes) não deixavam impune nenhum dano desnecessário causado a elas. Multas eram aplicadas para qualquer corte ou descascamento que não fosse justo. Para os Celtas, as árvores são tão importantes que espécies como o Salgueiro também são símbolos religiosos da mais alta ordem, representando a sabedoria.

Na tradição nórdica, o Freixo é a espécie da árvore dos mundos, Yggdrasil, descrita no poema Grímnismál da seguinte maneira:

“31. Existem três raízes | que de três maneiras correm
Abaixo do freixo Yggdrasil;
Abaixo do primeiro vive Hel, | por baixo do segundo, os gigantes do gelo,
Abaixo da última estão as terras dos homens.”

Grímnismál
“The Ash Yggdrasil” (1886) by Friedrich Wilhelm Heine. Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/Yggdrasil#/media/File:The_Ash_Yggdrasil_by_Friedrich_Wilhelm_Heine.jpg

A Yggdrasil também é a árvore qual Odin se pendurou em autosacrifício, se perfurou com sua lança e, ao fim de 9 dias e 9 noites, descobriu as runas, conforme descreve o poema O Hávamál.

“138. Eu sei que me pendurei em uma árvore ventosa
nove longas noites,
ferido com uma lança, dedicado a Odin,
eu para mim mesmo,
naquela árvore da qual nenhum homem conhece
de onde correm suas raízes”

O Hávamál (As Palavras do Altíssimo)
Odin sacrificando a si mesmo na Yggdrasil (1895) por Lorenz Frølich. Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/Yggdrasil#/media/File:The_Sacrifice_of_Odin_by_Fr%C3%B8lich_(vector).svg

Também na Yggdrasil, as Nornas Urd, Verdandi e Skuld desempenham uma função vital para a Árvore Cósmica. Elas costumam ser representadas como fiandeiras do wyrd (destino), ou entalhando runas em madeira, e residem em um salão junto ao “Poço do Destino” (Urðarbrunnr), que fica sob a Yggdrasil. Deste poço, elas também retiram água para curar as raízes da Yggdrasil que são corroídas pelo dragão / serpente Nidhogg.

O poema Gylfaginning assim conta:

“É ainda dito que essas Nornas que moram junto ao Poço de Urdr pegam água do poço todos os dias, e com aquele barro que está ao redor do poço, e a regam sobre o Carvalho, a fim de que seus membros não murchem nem apodreçam; pois aquela água é tão sagrada que todas as coisas que vêm para o poço tornam-se tão brancas quanto a membrana que fica dentro da casca do ovo”.

Gylfaginning
“Norns”, from Die Helden und Götter des Nordens, oder das Buch der Sagen (1832). Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/Yggdrasil#/media/File:Norns_(1832)_from_Die_Helden_und_G%C3%B6tter_des_Nordens,_oder_Das_Buch_der_sagen.jpg

Sobre sua aparência, o Freixo é uma árvore grande e graciosa. No inverno, sua aparência ganha contornos dramáticos com seus galhos em contraste com o céu. No verão, o freixo ganha mais vigor e sua vasta folhagem produz sombras.

Celtas

O termo “Celtas” não era usado por esse povo (surgido, aproximadamente, por volta do ano 1.200 Antes da Era Comum [AEC]) para designar a si mesmo. Pelo contrário, autores gregos e romanos usaram esse termo para designar os habitantes que possuíram domínio da Europa Continental durante a Idade do Ferro (de 1.200 a 1.000 AEC).

Os Celtas e os Druidas compartilhavam de respeito e veneração para com a natureza. Em geral, existe a ideia comum de que os Celtas possuíam uma inclinação mística congênita. Nos tempos atuais, quem se sente atraído pela cultura celta logo percebe que vê as coisas de maneiras que outras pessoas não podem.

Religiosidade

A religiosidade dos nórdicos é marcada pela pluralidade, mesmo dentro de um único panteão os ritos podiam variar bastante dentro das tribos (característica que permanece atualmente, obviamente trocando-se as tribos do passado pelos kindreds atuais). Pais e mães comandavam os ritos dentro da família. Já as cerimônias públicas eram tarefa do jarl (“conde”, em tradução literal). Importante chamar atenção para a relação direta entre esses povos e as divindades. Mesmo a figura dos sacerdotes, dentro do paganismo nórdico, não possui o mesmo papel das religiões abraâmicas. Isso significa que as divindades podem comunicar-se diretamente com as pagãs e pagãos, o que pode ser buscado.

Vikings

Vikings, antes do início da chamada “era cristã”, têm origem nos pagãos germânicos que viveram na região onde hoje é a Alemanha, Inglaterra anglo-saxã, Noruega, Dinamarca, Suécia, Frísia (condado ao norte da Holanda), e Islândia (posteriormente). A figura dos Vikings refere-se aos navegantes invasores que também eram conquistadores, exploradores, comerciantes e colonos, tendo vivido no território onde hoje é a Noruega, Dinamarca, Suécia e Islândia. A chamada Era Viking compreende o período de tempo entre, aproximadamente, 793 da Era Comum (EC) e 1066 EC.

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