Mimir, o sábio consultado por Odin
Mimir, sábio ancestral tão importante que teve sua cabeça preservada por Odin, possui papel central nos mitos germânicos / nórdicos.
Quando os Aesir e Vanir cansaram-se da guerra que travavam um contra o outro, cada tribo de Divindades decidiu dar uma trégua e enviar “reféns” ao outro lado, sendo esse um antigo costume para garantir a paz. Njord, Freya e Freyr foram residir com os Aesir. Já Mimir e Hoenir passaram a estar com os Vanir.
Porém os Vanir acharam ter sido enganados no trato pois Hoenir passou a oferecer conselhos, digamos, menos úteis do que antes. Na verdade, os Vanir não perceberam que os sábios conselhos de outrora ocorriam devido à presença e à orientação de Mimir para Hoenir. Dessa maneira, os Vanir cortaram a cabeça de Mimir e a enviaram para Odin.
Diante de tal lástima, sabendo o quão sábio Mimir é, Odin cantou poemas mágicos e embalsamou a cabeça de Mimir com ervas especiais, preservando sua sabedoria. Mimir continua a oferecer conselhos indispensáveis para Odin sempre que o Pai de Todos está em tempos de necessidade.
Pelas fontes de informação oficiais, é difícil de afirmar se Mimir é, originalmente, um Jotun / Gigante ou um Aesir.
O trágico mal-entendido da morte de Mimir poderia ter levado ao retorno da guerra entre as duas tribos. Porém as Divindades reuniram-se e decidiram estabelecer harmonia. E para isso, um novo ser deveria surgir. Os Deuses cuspiram em um caldeirão e de suas salivas surgiu Kvasir, ser incrivelmente sábio que sempre tinha uma resposta satisfatória para qualquer pergunta que fosse feita. Seu dom o levou a viajar e trazer sabedoria a quem encontrasse.
Nota pessoal: o trágico mito de Mimir e os sacrifícios de Odin (seu olho jogado no Poço de Mimir e a descoberta das runas ao oferecer-se como autossacrifício na Yggdrasil) fazem pensar no quanto algumas Divindades esforçam-se para descobrir o que desejam, realizar suas tarefas e transformar suas tragédias em algo valioso.
Essa lição pode ser útil nesses tempos de vida moderna.
Que o sacrifício das Divindades seja honrado e seu legado, passado adiante.
Religiosidade
A religiosidade dos nórdicos é marcada pela pluralidade, mesmo dentro de um único panteão os ritos podiam variar bastante dentro das tribos (característica que permanece atualmente, obviamente trocando-se as tribos do passado pelos kindreds atuais). Pais e mães comandavam os ritos dentro da família. Já as cerimônias públicas eram tarefa do jarl (“conde”, em tradução literal). Importante chamar atenção para a relação direta entre esses povos e as divindades. Mesmo a figura dos sacerdotes, dentro do paganismo nórdico, não possui o mesmo papel das religiões abraâmicas. Isso significa que as divindades podem comunicar-se diretamente com as pagãs e pagãos, o que pode ser buscado.
Vikings
Vikings, antes do início da chamada “era cristã”, têm origem nos pagãos germânicos que viveram na região onde hoje é a Alemanha, Inglaterra anglo-saxã, Noruega, Dinamarca, Suécia, Frísia (condado ao norte da Holanda), e Islândia (posteriormente). A figura dos Vikings refere-se aos navegantes invasores que também eram conquistadores, exploradores, comerciantes e colonos, tendo vivido no território onde hoje é a Noruega, Dinamarca, Suécia e Islândia. A chamada Era Viking compreende o período de tempo entre, aproximadamente, 793 da Era Comum (EC) e 1066 EC.
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